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Não posso começar meu texto de outra forma, senão pedindo desculpas pelo
tempo afastado da coluna que costumava alimentar com, pelo menos, um
texto mensal. Os deveres têm me tirado do prazeroso ato de escrever, mas
hoje escrevo impulsionado pela esperança. Conto para vocês, agora, o
motivo deste texto. Cheguei da breve caminhada matinal e fui
surpreendido pela entrevista do ex-vice-prefeito e radialista de
Itapetinga, Edilson Lima.
Até
aí, nada de anormal, dado ao periódico programa - que entrevista pessoas que
fazem bem à comunidade ouvir, seja para tirar dúvidas, seja para mover o senso
político - apresentado por Bonny Cordeiro e José Elias Ribeiro. Confesso que há
tempo não escuto uma entrevista de caráter motivador. Motivador por um simples,
não menos significativo, fato: Um homem humilde, que sempre se dispôs a ajudar
àqueles que precisaram/precisam do seu trabalho ou da sua influência frente ao
rádio para atenuar as diferenças, reduzir a dor - não necessariamente física -
e/ou mostrar que ainda se pode sonhar com um cenário político de coerência,
decência e fino trato com a coisa pública.
Jamais
fui dado à sobrevalorização de pessoas (leia-se “puxa-saquismo”) comuns,
normais, que apenas se diferenciam por status ou cargos ocupados. Entretanto,
em tempos de raridade devemos valorizar aqueles que sabem valorizar o outro,
dando o seu devido espaço sem manifestar, ao menos, interesses obscuros. A
coluna hoje não trata - como já podemos notar - de assuntos políticos comuns,
habituais, exauridos da mídia. Trata, para começar o ano com o “pé direito”, da
esperança negritada, por isso todas
as vezes que constarem no texto.
Homens
como Edilson Lima, entre tantos outros espalhados no Brasil e em nossa cidade,
devem ser valorizados, pois se a realidade envereda-se para um lado tisnado
pela corrupção, devemos quebrar a barreira e caminhar contra, mesmo estando sob
pena de sermos infelizes nas escolhas ou ridicularizados por algumas decisões.
Nem que seja no sonho, mas é preciso sonhar. O sonho é o primeiro degrau da escada
que sempre se ruma à realização, concretude, resultados! De fato e voltando à
esfera política, com a progressiva lentidão do judiciário, a população se
desmobilizou e hoje não mais vive o fervor que a levara para longe das tiranias
redacionais dos Atos Institucionais, estes, por sua vez, foram capazes de
emudecer as vozes dissonantes ao pensamento idealizado na época e notabilizado
nas décadas de 60, 70 e, um pouco menos, em 80.
Sendo
assim, sem as delongas rotineiras dos textos anteriores, parabenizo publicamente
o ex-vice-prefeito Edilson Lima pela postura firme de não complacência à
corrupção, desvios e sequer atos de nepotismo, bem como pelas lúcidas palavras
na entrevista dada hoje, (05/01). Certamente, homens assim não assistirão ao
tributo da impunidade em casa, pasmos, mortos em uma cadeira com a dor da
indecência e da prevaricação. Pois, como dizia Gandhi, quem não serve para
servir, não serve para viver. Política deve ser amor ao próximo e não interesse
particular, amalgamado ao interesse público!
Por: Vinícius Ferraz de A. Simões
vinniferraz2007@hotmail.com
