Prefeitos eleitos e reeleitos em mais de
90 municípios baianos tomarão posse em 2013 junto com uma herança
preocupante: a dívida de R$ 885 milhões com precatórios. Os gestores
que não honram as dívidas com precatórios podem ter recursos
sequestrados pela Justiça, ou seja, confiscados. Em todos os municípios
predominam precatórios comuns, mas há os alimentares (dívida
trabalhista). Os credores são pessoas físicas e empresas. Os dados
publicados em reportagem do jornal A Tarde, são do site do Tesouro
Nacional, atestados pelo Tribunal de Justiça da Bahia. E os prefeitos
eleitos se preparem pois a dívida tende a aumentar em 2013. O Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) tem pressionado os tribunais de Justiça a
agilizar os julgamentos desses processos, alguns se arrastando há
décadas. Num Estado onde a maioria das prefeituras depende das
transferências e convênios da União além do Fundo de Participação dos
Municípios (FPM) – que está em queda -, o cenário é de colocar os
prefeitos numa saia justa. Os municípios baianos
perderam o prazo dado pelo CNJ até 2010 para aderirem ao sistema de
destinar um percentual da receita corrente líquida (RCL) no orçamento
anual a fim de assegurar o pagamento dos precatórios, sempre por ordem
cronológica de julgamento – como reza a Emenda Constitucional 62/2009.
Assim,
na Bahia, a exceção de Salvador, que destina 1,5% da RCL para este fim,
todos os demais municípios devedores entraram na roda da agilização do
início da quitação desta dívida. Se por um lado a Emenda 62 estendeu o
prazo para pagamento de cada dívida, de 8 para 15 anos, agora não se
pode pagar menos que 50% de cada débito. E mais: no exercício posterior
ao julgamento o que é complicado para os municípios e periga o sequestro
dos recursos. Além disso, se não cumprir, o prefeito responde por crime
de responsabilidade fiscal. O Núcleo de Conciliação de Precatórios do
TJ-BA já está se preparando para uma enxurrada de conciliações com os
gestores municipais eleitos ou reeleitos desavisados. Nos anos de 2009,
2011 e 2012, foram conciliados 77 precatórios municipais através do
TJ-BA, o que em valores, significa que houve negociação de mais de R$
138.598 milhões. Em 2010 não houve conciliações. (A Tarde)
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